Seco, açude Cedro de Quixadá, vira cenário para circuito de Mountain Bike

(Fotos: Alex Pimentel)

(Fotos: Alex Pimentel)

Quixadá. Devastado, completamente seco e com o chão já rachado, o açude Cedro, primeira obra para abastecimento hídrico do Brasil, construído há ais de 100 anos neste Município do Sertão Central distante cerca de 170 m de Fortaleza serviu, no último domingo (8), de cenário para a primeira edição do Desafio Mountain Bike de Quixadá. O circuito fechado recebeu mais de 100 participantes de sete municípios mais a Capital. Os organizadores quiseram alertar para o cenário preocupante da seca na região voltando os olhares para a obra centenária.




O circuito aconteceu no início da manhã do último domingo. Curiosos de Quixadá e de cidades vizinhas formavam a plateia que ia para descobrir como os ciclistas iriam cumprir um percurso dentro do açude. Wagner Silva, um dos organizadores do Desafio Mountain Bike, explicou que a competição aconteceu no entorno do reservatório. Todo o trajeto foi montado com o cuidado e orientação para que a vegetação, as rochas e tudo o que compõe o açude não precisasse sofrer intervenções da organização.

“Nós assinamos um termo de compromisso com a administração do açude, que hoje é feita pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e nos comprometemos em não provocar nenhum mal ao Cedro. Foi um acordo simples, eles acataram a nossa proposta e conseguimos realizar a competição”, explicou Wagner Silva.




Wagner ainda fala que abrigar um evento esportivo com grande público num cenário que é um dos mais conhecidos cartões-postais do Ceará, foi uma maneira encontrada de despertar a atenção necessária para a questão do abastecimento. Com capacidade para acumular quase 126 milhões de metros cúbicos de água, o Cedro só tem desde o final de agosto do ano passado, um total de água já inutilizável e que corresponde a apenas 0,20% de sua capacidade total.

“Se você falar em Quixadá você vai está falando em Cedro. É realmente muito triste essa situação hoje por causa da falta d’água. Então, uma forma de chamar atenção para este cenário e divulgar o turismo na região, mas eu tenho fé em Deus que é o primeiro e último, porque o açude vai encher e ele nunca mais vai ficar seco e por ele ser o cartão postal”, frisou o organizador.

De acordo com os organizadores, ao todo 120 inscrições foram realizada em apenas 20 dias, um número que surpreendeu a equipe. Deste total, mais de 60% eram de corredores de outras cidades. Praticantes de esportes radicais de Quixadá, Barbalha, Iguatu, Morada Nova, Limoeiro do Norte, Quixeramobim, Baturité, Canindé e de Fortaleza participaram. Os participantes se dividiram em sete diferentes categorias, entre elas a de mulheres e de competidores com mais de 40 anos.




Diario do Sertão Central